H. D. Thoreau . em "Caminhar"
11 fevereiro 2013
Tivemos um notável crepúsculo certa tarde do último Novembro. Eu vagueava por um campo, fonte de um pequeno riacho, quando o sol finalmente atingiu um estrato isolado no horizonte, isto num dia frio e cinzento e justamente momentos antes de pôr-se — e a mais branda e brilhante luz solar desencadeou-se sobre a relva seca, sobre os troncos das árvores do horizonte oposto e sobre as folhas dos arbustos de carvalhos da colina, enquanto as nossas sombras alongadas se projectaram no campo em direcção de leste, como se fôramos os únicos obstáculos aos seus raios. Tal era a luz que momentos antes não a poderíamos ter imaginado e a atmosfera também era tão morna e serena que nada faltava para que do prado se fizesse o paraíso. Quando reflectimos que aquele não era um fenómeno isolado que nunca mais se repetisse, mas que aconteceria sempre num infinito número de tardes, e que embalaria a mais tardia criança que lá aparecesse, o espectáculo tornou-se ainda mais glorioso.